Um sobrado do século XVIII na
Rua da Estrela, em São Luís do Maranhão, torna-se a partir de 28 de dezembro a
sede do primeiro Museu do Reggae fora da Jamaica. O sobrado, fruto da expansão
algodoeira do Maranhão a partir de 1755, era uma edificação que vinha sendo
utilizada para fins burocráticos.
Reformada com projeto do
arquiteto Eduardo Longhi, será inaugurada com uma festa na praça que ladeia o
prédio, a já famosa Praça do Reggae. Será uma enxurrada de bandas, radiolas,
DJs, cantores, tendas de moda e acessórios, trancistas (cabeleireiros
especialistas em dreadlocks e cortes afro), culinária e artesanato.
O acervo do Museu do Reggae é
material e imaterial. O acervo material compõe-se de relíquias de
colecionadores, parte comprada e parte doada. São discos raros de vinil, além
de roupas, acessórios, gravações raras em vídeo, fotografias e outras
preciosidades.
A banda pioneira Tribo de Jah,
criada há 31 anos no Maranhão, doou ao museu a guitarra usada em seu primeiro
show. Outra peça do acervo é a mítica radiola (sound system) de Edmilson Tomé
da Costa, o Serralheiro, que era o mais antigo DJ em atividade no Brasil quando
morreu, em abril, aos 70 anos, após ter ajudado a popularizar o gênero. Ele fez
17 viagens à Jamaica nos anos 1970 para garimpar discos e montou uma discoteca
com 5 mil vinis.
Já o acervo imaterial é
composto dos registros que documentam um caso extremado de paixão cultural:
memórias em depoimentos gravados com os principais personagens da cena reggae
ao longo dos tempos, livros, artigos, teses, dissertações digitalizadas.
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